Num hipotético panteão nacional peruano com lugar para apenas cinco heróis nacionais, o argentino José de San Martin e o venezuelano Simón Bolívar, responsáveis pela independência peruana teriam um óbvio lugar de destaque. Tupac Amaru II - último resistente inca contra a ocupação espanhola e Mário Vargas Llosa - Prémio Nobel da Literatura 2010, seriam incontornáveis. E por último, o quinto e último lugar seria para o mais amado "negrito" da nação andina: Teófilo Juan Cubillas Arizaga, o Pelé peruano.
A selecção Nacional peruana qualificou-se por quatro vezes para o Campeonato do Mundo, a primeira em 1930, por convite, as outras três (1970, 1978, 1982) por culpa de Teófilo Cubillas.
Nesse período dourado da história do futebol peruano a «Blanquirroja» apurou-se duas vezes para os quartos-de-final do mundial e Cubillas apontou 10 golos que o tornaram um dos maiores goleadores da história dos mundiais.
Conhecido por "el Nene" (o Bebé), Cubillas nasceu em Puente Piedra, Lima, a 8 de Março de 1949. Aos 16 anos começou a carreira no Alianza Lima, e cedo despontou como uma referência do grande clube da capital ao serviço do qual foi o melhor marcador do campeonato em 1966 e 1970.
Depois de um mundial fantástico (México 1970) onde apontou golos em todos os jogos, tendo inclusive bisado numa partida, foi considerado um dos melhores jogadores da competição e o próprio Pelé considerou que Cubillas era o seu provável sucessor. Dois anos depois, recebeu o prémio atribuído ao melhor jogador da América do Sul e foi o melhor marcador da Taça Libertadores.
Em Julho de 1973 deu o salto para a Europa e assinou pelo Basel da Suíça. Mas duraria pouco tempo a sua experiência helvética, desanimado que estava com o amadorismo do Campeonato e com a vida que levava em Basileia. Não estranhou que no verão seguinte mudou-se de armas e bagagens para a cidade invicta onde vestiu a camisola azul-e-branca do FC Porto a troco de 5600 contos pelo passe e 125 contos por mês – uma fortuna para a época - durante três épocas.
As suas portentosas exibições e os golos apontados ao serviço dos dragões fizeram de Cubillas um ídolo da massa associativa do clube, rivalizando com Eusébio e Yazalde em popularidade. Em 1977 decidiu voltar a casa e ao seu Alianza Lima onde conquistou o bicampeonato.
Antes, em 1975, Cubillas foi fundamental na caminhada do Peru na Copa América, ao apontar um golo decisivo para eliminar o Brasil nas meias-finais. Na finalíssima em Caracas na Venezuela, não apontou nenhum golo, falhou inclusive uma grande penalidade, mas finalmente viu a sua selecção erguer um grande troféu.
No mundial da Argentina 78 volta a brilhar com a camisola da selecção e volta a levar os peruanos até aos quartos-de-final, para caírem no grupo final de acesso à final com uma derrota com a equipa anfitriã.
Quatro anos depois, em Espanha, os objectivos peruanos passavam por fazer uma surpresa. Um grupo com italianos, camaroneses e polacos abria as expectativas ao combinado andino, porém dois empates e uma derrota pesada com a Polónia (1x5) enviaram o Peru para casa muito mais cedo do que esperava. Cubillas abandonou a selecção e desde esse dia o Peru nunca mais se qualificou para um Campeonato do Mundo.
Abandonada a «blanquiroja» Cubillas jogou até 1989, ora pontificando em clubes da Florida (E.U.A.) como os Fort Lauderdale Strikers ou Miami Sharks, ora regressando ao seu amado Alianza Lima.
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